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29 de janeiro de 2013

O jornalismo nosso de cada dia



Hoje é dia do Jornalista, profissão que escolhi por gostar de ler e escrever. Hoje, meu ofício não se restringe mais a ler, escrever, "prestar um serviço à sociedade". Para falar a verdade, é até complicado descrever o que faço hoje, mas ter me graduado em Comunicação me ajudou bastante a ser quem sou hoje e a fazer o que faço com muita paixão.

O jornalismo de hoje me assusta. E seria muito infeliz sendo uma mera repórter, editora, redatora, assessora de comunicação. Digo isso pelo que vejo e leio nos noticiários. Parece que falta assunto, ou o conceito de notícia é aquilo que dá ibope, que ajuda a vender, e não aquilo que realmente pode ser útil para as pessoas.

Ver o modo como a imprensa vem tratando a tragédia em Santa Maria (RS) é irritante. A situação é triste, claro! Mexe com os sentimentos das pessoas, sim! Mas daí a ficar com uma, ou melhor, várias câmeras em cima dos caixões buscando o melhor ângulo (de que?!), a melhor imagem, a cara mais sofrida das pessoas, o choro mais profundo de um pai que perdeu seu filho e ainda perguntar: "qual o sentimento nessa hora?", por favor! Não me peça para ser jornalista! Peça-me para ser sensível, sim! Peça-me para prestar as informações de forma clara, sim! Peça-me para apurar o que aconteceu, sim! Mas ganhar audiência com a exposição da dor alheia tem limite.

Essa tragédia é o assunto do momento. Assim como foi a morte da menina Isabela, o atentado numa escola do Rio de Janeiro, a morte da adolescente Eloá, os desastres aéreos e tantos outros que transformam os meios de comunicação num ringue; os jornalistas, seus lutadores. Que venha o próximo round.

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