Páginas

16 de abril de 2010

Saudade virtual

Ai que saudade louca
de sentir seu cheiro...
Mas como? Se nunca senti...
Ai que saudade na boca
de sentir os teus lábios...
Mas como? Se nunca me beijaste...

Ai que saudade oca
de ser preenchida por ti...
Mas como? Se nunca me penetraste...

Ai que saudade solta
de ir aos céus contigo...
Mas como? Se nunca te tive...

Ai que saudade rouca
de tanto chamar por ti...
De chamar...
De tanto...
E tanto...
E como...

Mas como isso acontece?
Nessa tela fria de computador...
Se num clique eletrônico
tudo no espaço desaparece...

Mas que espaço é esse?
Tão real e tão etéreo...
Que deixa esta saudade doída...
Ímpar... Sem igual...
Virtual...

Paulo Mendonça - Retirado do livro "Mulher, um resgate íntimo" - pág. 143.