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21 de dezembro de 2010

Sobre relacionamentos saudáveis... Posso falar?

Posso não ser a melhor pessoa para falar sobre o que é uma relação saudável, afinal, sou recém-separada judicialmente – e sem a menor chance de reconciliação! Mas devo admitir que aprendi alguma coisa com os relacionamentos que tive. E o casamento foi um laboratório e tanto!

Para início dessa conversa, vou registrar a definição de relacionamento, segundo o dicionário Aurélio: “Ligação de amizade, afetiva, profissional etc., condicionada por uma série de atitudes recíprocas”.

Gostei do termo que destaquei propositalmente (atitudes recíprocas), pois remete à troca. E relacionamento é isto: uma via de mão dupla. Ou seja, as pessoas envolvidas devem dar e receber, reciprocamente. Devem, sobretudo, saber falar e saber ouvir, reciprocamente.

O problema é que tem muito casal feito de uma só pessoa: apenas uma pessoa cede, apenas uma dá, apenas uma recebe... Apenas uma fala e a outra obedece. 

Isso NÃO É uma relação saudável!

Relacionamento tem que ser baseado no “nós”, sem desconsiderar o “eu”. Pois relacionamento de verdade implica em três pessoas – ele, ela e a relação. 

O que é bom para ele? O que é bom para ela? O que é bom para relação? Quem vai prevalecer? Quem vai ceder agora? E da próxima vez?

“Ele” pensa e se preocupa com “Ela”. E vice-versa. Os dois pensam e se preocupam com a relação. E vice-versa também! E se tem um quarto, quinto, sexto elemento (filhos), mais uma vertente para se pensar e se preocupar. A roda das “atitudes recíprocas” aumenta. Mas o importante mesmo é todos serem cuidados, equilibradamente.

Mulheres, cuidado! Em nome da vocação para ser “mártir”, ou “Amélia”, cedemos tanto, abnegamos tanto, doamos tanto... E não sobra nem a gente mesma! Esquecemos quem somos, do que gostamos, e até o que comemos. Mas sabemos perfeitamente quem é o outro, do que ele gosta e o que ele comeu dez dias atrás. 

Relação sem “eu”, não é relação!

Algo muito comum nas relações é tomar decisões baseadas na carência e no desespero. Outro perigo! O problema é que isso é feito, geralmente, de forma inconsciente, pois poucos admitem suas fraquezas. A consequência é a inversão de papéis: mulheres que se tornam “mães” dos maridos, ou eles que se tornam “pais” de suas mulheres. E tem ainda decisão precipitada de casar-se porque  “a idade tá chegando”, “a família tá cobrando”,   “tá todo mundo pressionando”... Pára o mundo que eu quero descer!

Decisão baseada na emoção (qualquer que seja ela – carência, desespero, paixão...) quase sempre está fadada ao insucesso. Eu aprendi a “duras penas”: emoção não pensa, não equilibra as coisas, não pondera. Emoção é instável, vulnerável... Irracional.

Relação saudável toma decisões saudáveis – para todos! Nem que seja necessário esperar o “fogo” baixar, a emoção acalmar, a paixão esfriar e aí sim, decidir, racionalmente, pelo bem comum: dele, dela e da relação!

Enfim, relacionamento é uma arte! Envolve sentimento, mas também envolve uma parcela significativa de razão para escrever uma história linda e de sucesso. Nesse palco, todos são protagonistas, não deve haver coadjuvante. E nem inversão de papéis...

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